A colaboração entre cardiologistas portugueses e brasileiros vem de longa data. Tanto individualmente, como através de grupos hospitalares, sobretudo universitários, a troca de experiências, fosse em visitas, estágios ou projectos de investigação, sempre se manteve. A nível de colaboração institucional, os contactos regulares da Sociedade Portuguesa de Cardiologia com a sua congénere do Brasil datam do início dos anos oitenta do Século XX, mais precisamente de 1981. Em Agosto desse ano, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do FAPEC (Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa de Cardiologia), realizou-se a “Semana do Coração”, com o “I Simpósio Luso-Brasileiro de Cardiologia” a decorrer no Recife (dia 3), em Salvador (dia 4) e em S. Paulo (dias 6 e 7). A presidência do simpósio foi da responsabilidade do Prof. Luís Decourt. (anexo 1) No ano seguinte coube à Sociedade Portuguesa de Cardiologia organizar o “II Simpósio Luso-Brasileiro de Cardiologia”, o qual teve lugar em Coimbra (a 28 e 29 de Novembro) e em Lisboa (a 2 e 3 de Dezembro). Presidiu a este simpósio o Prof. Ramos Lopes. (anexo 2). Estas duas iniciativas históricas marcaram o início de dum relacionamento institucional regular que não mais se quebrou.
Se a colaboração com a Sociedade Brasileira de Cardiologia era um dado adquirido, a falta de iniciativas pedagógicas e científicas junto dos cardiologistas dos outros países lusófonos era evidente. Durante o mandato do Prof. Hugo Madeira como presidente, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia planeou e organizou as “I Jornadas Lusófonas de Cardiologia”, verdadeiramente umas jornadas piloto. Estas efectivaram-se de 20 a 23 de Janeiro de 2009 na Cidade da Praia, em Cabo Verde, contando com o apoio do serviço de Cardiologia do Hospital Agostinho Neto. Foram convidados a participar cardiologistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Macau, Moçambique, Portugal e Venezuela, onde existe uma importante comunidade médica portuguesa (anexos 3a e 3b). As Jornadas foram uma poderosa alavanca conducente à constituição da Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa, que foi proposta e imediatamente aceite pelo então presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Prof. António Chagas, tendo sido firmado o protocolo de intenções e aprovada a proposta de estatutos. (anexos 4, 5a e 5b)
Na sequência das Jornadas em Cabo Verde, passou a haver uma relação mais estreita com os cardiologistas lusófonos. Em 2011, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, presidida pelo Prof. Manuel Antunes, levou a cabo, as “II Jornadas Lusófonas de Cardiologia”, que tiveram lugar em Maputo, a 7 e 8 de Junho (anexos 6a e 6b). Entretanto intensificou-se e tornou-se prática corrente a presença de cardiologistas provenientes dos países e comunidades de língua portuguesa, convidados para os congressos das Sociedades Portuguesa e Brasileira de Cardiologia. Em Novembro de 2014, já na presidência do Prof. J. Silva-Cardoso (SPC) e do Prof. Angelo de Paola (SBC), a Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa foi oficialmente constituída e em Março de 2015 escolhidos os seus Corpos Sociais. Em Assembleia – geral realizada em Abril de 2015, foram admitidos como associados efectivo e agregado, respectivamente, a Sociedade Angolana de Doenças Cardiovasculares e o Colégio de Cardiologia da Ordem dos Médicos de Moçambique. Foi decidido nessa assembleia realizar o “I Congresso da Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa” a ter lugar em 22 e 23 de Abril de 2016.